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terça-feira, julho 05, 2005

Comidas na Serra de Monchique


Carapaus Alimados Posted by Picasa

Curiosamente, fomos encontrar os carapaus alimados com o sabor lá de casa, no único dia em que nos afastámos do mar. Fomos primeiro às renovadas Caldas de Monchique, local bom para passeio e descanso termal. Depois, subimos à vila de Monchique onde "descobrimos" através da preciosa indicação do homem do talho, o Restaurante "A Charrete". Apesar dos apetecíveis pratos serranos que constavam da rica ementa, optámos pelos Carapaus Alimados e pelas Lulas Cheias (pois tínhamos dito que esta seria a "semana do peixe").

Carapaus alimados é um daqueles pratos da cozinha tradicional algarvia, que já pouco se vêem nas ementas. Dá trabalho alimar (tirar a pele aos carapaus depois de cozidos e préviamente salgados). Os que comemos estavam bons de frescura e de salga e desapareceram em poucos minutos, ou não estivessem eles também na excelente companhia da batatinha cozida e da salada de vermelhinhos tomates e bastante cebola "da nova". Tudo "de azeite e vinagre", claro!

As Lulas Cheias, estavam bem recheadas de tudo a que têm direito: da chouriça ao arroz, passando pelo molho de tomate e pelos seus próprios "tentáculos". Já não experimentávamos tal pitéu desde os idos em que tão bem se confeccionava lá em casa!

O vinho foi branco e bem gelado...um Monsaraz, pois de vinhos não reza muito a história algarvia.

A reza no que respeita a coisas de beber, passa mais pelo medronho e pelos licores da Serra. Provámos dois "de frutos silvestres" -disseram-nos- os quais foram de inteiro agrado do palato, até porque ao mesmo tempo degustávamos uma benfazeja Tarte de Alfarroba. Muito saborosa e nada provocadora de enjôos...até para nós que não somos grandes amantes de doces...

"A Charrete" pareceu-nos agradável no serviço e com um toque de algum regresso ao passado no que à decoração respeita. Certamente sem alterações desde que foi inaugurada, detém alguns apontamentos decorativos dignos de registo: um enorme louceiro de madeira antiga, com bonitas rendinhas e inúmeros pratos também antigos, um belo toalheiro com toalha de linho bordada, enfim um toque de passado transportado para o presente turístico da vila de Monchique. Já a colecção de relógios de todos os tipos e marcas que se penduravam nas duas espaçosas salas, são um apontamento algo despropositado e reveladores de um gosto digamos...multifacetado.

Pelo que comemos e pelos outros pratos que vimos na ementa, parece-nos que vale a pena experimentar, ou no nosso caso, regressar. É na Rua Samora Gil, 30-34 (junto à Câmara).